To win in the marketplace you must first win in the workplace.”

Campbell’s Soup CEO, Doug Conant

 

Sabemos que funcionários envolvidos conduzem a organizações com desempenhos superiores à concorrência. Mas o que exatamente é o Employee Engagement?

Employee Engagement não é o mesmo que satisfação no trabalho, nem significa felicidade no trabalho. Por mais surpreendente que seja, um indivíduo pode estar satisfeito com o seu emprego e ainda assim não se sentir envolvido com a organização. Por exemplo, um funcionário que entra todos os dias mais tarde e sai mais cedo, possivelmente é um funcionário satisfeito com o trabalho, no entanto, será que é um funcionário envolvido?

Não é apenas a felicidade ou a satisfação que importa, mas sim como essas emoções se relacionam diretamente com o desempenho e a produtividade do indivíduo e da empresa.

De acordo com a “Forbes” Employee Engagement é o compromisso emocional que os funcionários têm com a organização e com os seus objetivos. Este compromisso emocional significa que os colaboradores preocupam-se com o trabalho e com o desempenho da empresa, não servindo apenas para receber o salário no final do mês.

Um funcionário envolvido quer que os negócios da empresa para o qual trabalham sejam bem-sucedidos porque se identificam com a missão, o objetivo ou valores da empresa a nível pessoal.

Quando um funcionário está envolvido emocionalmente com a empresa e gosta do seu trabalho coloca mais esforço e dedicação na execução das tarefas obtendo melhores resultados, que depois acabam por se refletir no aumento da performance da organização a vários níveis, no aumento da produtividade, maior satisfação dos clientes, aumento dos lucros da empresa e menor taxa de rotatividade dos trabalhadores.

Um funcionário envolvido está alinhado com os objetivos da empresa, sabem qual é o seu papel, são mais produtivos e criam um ambiente de trabalho positivo e de colaboração.

De acordo com a Gallup existem três tipos de funcionários:

  • os engaged: conhecidos por serem funcionários altamente envolvidos e entusiasmados com o seu trabalho, conduzindo a empresa rumo ao desenvolvimento e inovação;
  • os not engaged: funcionários que psicologicamente não têm qualquer ligação à empresa, trabalham sem energia ou entusiasmo;
  • os actively disengaged: funcionários que estão infelizes no seu local de trabalho, comprometendo o trabalho realizado pelos seus colegas e criando um ambiente de trabalho negativo através dos seus comportamentos e atitudes.

O estudo desenvolvido pela Gallup intitulado “State of Global Workplace” concluiu que apenas 15% dos funcionários em todo o mundo estão no grupo dos engaged, mais de dois terços pertencem aos not engaged e 18% são actively disengaged.

Conforme podemos observar no gráfico 1, as duas regiões do hemisfério Ocidental (EUA/Canadá e América Latina) lideram em termos de percentagem de funcionários engaged com 31% e 27%, respetivamente.

A Europa Ocidental, sendo uma região que se encontra entre as mais desenvolvidas economicamente, seria de esperar estar próxima dos valores das duas regiões onde os funcionários se encontram mais envolvidos. No entanto, encontra-se no fundo do ranking com apenas 10% dos funcionários no grupo dos engaged, 71% são not engaged e 19% actively disengaged.

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Gráfico 1: Resultados globais do envolvimento dos funcionários 2014-2016, Gallup World Polls*

No topo da lista dos países da Europa Ocidental onde os funcionários estão mais envolvidos está a Noruega com 17%, seguida da Dinamarca, Islândia, Malta e Portugal com 16%.

França e Espanha ocupam as últimas posições da lista com apenas 6% dos funcionários envolvidos com os objetivos da empresa. Na Itália apenas 5% dos funcionários estão envolvidos e 30% pertencem ao grupo dos funcionários actively disengaged – a maior proporção de funcionários actively disengaged obtida em todos os países analisados no estudo da Gallup.

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Gráfico 2: Resultados do envolvimento dos funcionários 2014-2016 – Europa Ocidental, Gallup World Polls

De acordo com o estudo um trabalhador actively disengaged custa à empresa $3 400 por cada $10 000 de salário, o que significa que 34% do salário anual dessa pessoa é puro desperdício.

Imaginemos o seguinte exemplo:

Na empresa XPTO trabalha o José, um funcionário desmotivado e infeliz que se encaixa no grupo dos actively disengaged. Considerando que o José recebe um salário anual de 14 000€, 4 760€ são desperdício. O José trabalha numa equipa de mais 24 pessoas em que todos recebem um salário anual semelhante ao dele. Uma vez que de acordo com a Gallup em Portugal, 14% dos funcionários estão no grupo dos actively disengaged, anualmente a empresa pode perder 16 660€. A acrescer a este custo temos ainda o impacto negativo na produtividade e no ambiente de trabalho.

Como melhorar esta situação?

Considere algumas estratégias que o podem ajudar a aumentar o envolvimento dos seus colaboradores:

  • Definição dos objetivos da empresa: os objetivos da empresa devem estar definidos e comunicados aos funcionários. Defina metas gerais ou por departamento para os diferentes períodos temporais (anuais, semestrais, trimestrais e mensais). Os funcionários querem saber como o seu trabalho contribui para o sucesso geral e/ou departamental da empresa. Atingir metas é algo que incentiva o envolvimento dos trabalhadores;
  • Reconhecimento: O reconhecimento do esforço contribui de forma positiva para que os seus funcionários se sintam satisfeitos e motivados com o seu trabalho. Não deve esperar por um longo período de tempo para reconhecer o sucesso dos seus colaboradores;
  • Desenvolvimento pessoal: O estudo da Gallup constatou que 87% dos millennials* (69% dos não millennials) vêm o desenvolvimento pessoal como importante nos seus empregos. Os funcionários envolvidos desejam integrar novos desafios e desenvolver novas competências;
  • Confiança: Confie nos seus funcionários e dê-lhes a oportunidade de mostrar o valor do seu trabalho e a capacidade para alcançar os objetivos propostos. Se os funcionários forem informados exatamente do que fazer e como fazê-lo, eles não terão tempo ou motivação para se envolver no trabalho, são apenas robôs.

Já ninguém discute que as pessoas são o ativo mais importante da empresa. No entanto, esta premissa só é válida quando a força de trabalho está envolvida emocionalmente com os objetivos da empresa. Caso contrário, os funcionários estão a agregar pouco valor (not engaged) ou até a trabalhar ativamente contra a organização (actively disengaged).

E a sua empresa, tem investido no Employee Engagement?

 

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*Millennials – conceito que se refere à geração nascida após o início da década de 1980 e até ao final da década de 1990.