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Num cenário de ampla incerteza económica e revolução tecnológica, os Chief Financial Officers (CFO), também designados como diretores financeiros, navegam em 2024 num mar de desafios. Este dilema leva a que 83% dos CFO considerem que o maior desafio de 2024 passa por encontrar um equilíbrio entre a redução de custos e a realização de novos investimentos.

Estes são os dados recentes do estudo conduzido pela PwC, que indica as principais prioridades e linhas estratégicas que os CFO pretendem adotar neste ano.

Estabelecimento de Prioridades

Para fazer face a esta dualidade é necessário estabelecer prioridades, e, de acordo com o estudo, as principais são as seguintes:

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Reduzir custos é prioridade segundo 59% dos CFO. 2024 será marcado por um maior escrutínio do peso de cada despesa em proporção das vendas, sem que essa redução ponha em causa a eficiência produtiva da empresa.

Como é que a sua empresa pode reduzir custos? Através de:

Para além de um controlo apertado dos custos, mais de metade dos CFO (52%) mencionam a necessidade de utilizar Inteligência Artificial Generativa e outras ferramentas de análise avançada, que permitam a construção de modelos de previsão de custos e análise de cenários mais precisos.

A realização de fusões e aquisições é também um tema considerado prioritário por 38% dos CFO, que apontam as fusões e aquisições como uma forma de crescimento e utilização de integração vertical e horizontal das suas operações.

Mas porque é que reduzir custos é prioritário?

Para além do aumento de rendibilidade, a redução de custos tem por objetivo libertar meios financeiros que permitam autofinanciar investimentos em tecnologia e reduzir a necessidade de financiamento bancário em tempos de taxas de juro elevadas.

Que investimentos?

Segundo o estudo, 64% dos CFO refere a necessidade de investir em tecnologias como a Inteligência Artificial e serviços de Cloud, que permitam aumentar a produtividade da empresa. Os investimentos devem ser direcionados para integrar a Inteligência Artificial Generativa no modelo de negócios das empresas e possibilitar a exploração de novos mercados.

Medidas prioritárias

Assim, por modo a realizarem estes novos investimentos irão implementar as seguintes medidas:

Cerca de 52% dos CFO pretendem acelerar a transformação empresarial através do uso de tecnologias como ferramentas de Inteligência Artificial Generativa que permitam aumentar a produtividade e, simultaneamente, manter ou reduzir os custos da empresa.

O estudo revela ainda que 43% dos CFO estão a trabalhar com a direção das empresas para ajustar os orçamentos e planear estratégias que permitam responder rapidamente a mudanças no mercado.

Os CFO indicam ainda que deve de haver um foco no aumento de eficiência de processos através da otimização da cadeia de abastecimento e concentração nas atividades principais da empresa para manter ou até expandir as margens de lucro da empresa.

Com a tecnologia a liderar a inovação nos negócios, o papel do CFO é cada vez mais importante e mais complexo. Os CFO necessitam não somente de ter visão ampla da empresa, mas também pensamento estratégico e experiência tecnológica para trabalhar lado-a-lado com a direção de topo das empresa e com os seus colegas.

88% dos CFO e outros executivos referem que têm dificuldade em capturar valor dos investimentos realizados em tecnologia.

Para capturar valor nesta revolução tecnológica a sua empresa deve:

  • Ter um plano de negócios claro que permita analisar a viabilidade dos investimentos, isto é avaliar se os projetos criam ou destroem valor.
  • Avaliar se a sua equipa tem conhecimento sobre Inteligência Artificial Generativa e elaborar um plano de formação para tirar o máximo partido destas novas ferramentas e formas de trabalhar.

Outro aspeto importante é a implantação de relatórios formais sobre questões ambientais, sociais e de governança (ESG) são urgentes para os executivos e para os CFO. Cerca de 41% citam que o incumprimento dos compromissos em matérias de sustentabilidade é um risco moderado ou grave dentro das suas empresas.

Neste sentido, 39% reportaram que já estão a estabelecer políticas e sistemas de controlo que permitam coletar informação sobre o impacto climatérico das suas empresas.

A transparência dos relatórios ESG são fundamentais, mas representam apenas o primeiro passo. Os CFO devem ter uma visão de longo prazo e as ferramentas necessárias (controlo e orçamento) que permitam integrar a sustentabilidade na estratégia das suas empresas. Acredita-se ainda que a transição para produtos e serviços mais sustentáveis pode abrir portas para novas fontes de rendimentos e para novas oportunidades de crescimento.

Em suma, 2024 apresenta desafios que confrontam os CFO com um ­dilema entre redução de custos e investimentos estratégicos em tecnologia como a Inteligência Artificial Generativa. No entanto, importa sempre relembrar esta frase:

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” – Charles Darwin