O mundo nos dias de hoje é pautado por uma incerteza constante. Se até há poucos meses as instituições internacionais apontavam para um crescimento económico mundial, ainda que moderado, o cenário alterou-se e assiste-se a uma enorme indefinição do panorama económico. A rápida propagação do novo coronavírus (COVID-19) a nível mundial, acompanhado no último fim-de-semana pelo anúncio da Arábia Saudita de iniciar uma guerra de preços do petróleo que ameaça a estabilidade da cotação da matéria-prima, colocou em sobressalto os mercados. Na última segunda-feira os principais índices nos EUA registaram uma queda de mais de 7%, num momento em que a tensão económica EUA-China e o impacto do Brexit continuam a marcar a agenda mundial.
Nestas circunstâncias as empresas enfrentam enormes desafios a curto e médio prazo, com a OCDE a cortar as previsões de crescimento económico mundial em 2020 de 2,9% para 2,4%. As restrições de movimentos de pessoas e bens e as medidas de contenção continuarão a ter impacto negativo na produção e na procura interna da China, com efeitos que se alastram ao resto do mundo através da diminuição do turismo, dos cortes nas cadeias de abastecimento, da baixa do preço das matérias-primas e do decréscimo generalizado da confiança dos agentes económicos.
Mas como é que as empresas e os gestores se podem preparar?
Por antecipação através da construção de cenários e da gestão dos riscos identificando e avaliando potenciais eventos que possam ter impacto na competitividade da empresa desenhando medidas adequadas.
Por reação as empresas podem avaliar o impacto destes eventos na estratégia atual da empresa. É importante perceber se a estratégia é adequada e se os pressupostos onde assenta ainda permanecem válidos face aos novos dados. Em caso de necessidade procedem-se aos necessários ajustes.
Após a redefinição da estratégia é necessário traduzi-la num plano estratégico que descreva as linhas de orientação, a alocação de recursos e os planos e ações com a inclusão de metas e objetivos adaptados às novas circunstâncias.
A seguir implementam-se as ações, verifica-se a sua evolução e comparam-se os resultados obtidos com o que se planeou, tomam-se as decisões necessárias para concretizar as metas definidas. Um sistema de monitorização eficiente permite a deteção precoce de mudanças no ambiente externo, avaliar o seu impacto no alcance dos objetivos da empresa e na consequente tomada de decisão para concretizar as metas definidas.
Em alternativa ao plano estratégico pode utilizar o BSC, uma metodologia que permite obter uma visão integrada da organização, agregando objetivos, indicadores e ações possibilitando uma monitorização da execução da estratégia e alinhando todas as pessoas da organização na concretização da visão da empresa.
As condições de incerteza que hoje vivemos criam desafios de elevado nível para as empresas. Ao implementarem uma atitude proactiva, os gestores e as empresas estão não só a garantir que acompanham as alterações permanentes no ambiente interno e externo ao negócio, mas também que têm a capacidade de tomar as medidas necessárias para enfrentar as adversidades.
E a sua empresa, está preparada para enfrentar os novos desafios?