Num mundo em constante mudança abrem-se novas oportunidades para desenvolver e implementar estratégias de crescimento que potenciam o negócio mas, devido à dinâmica de mudança, algumas empresas enfrentam situações complexas que podem conduzir ao seu encerramento. Vejam-se os casos internacionais da empresa do setor elétrico ENROM e de um banco de referência no setor o Lehman Brothers. No nosso país, também temos os exemplos de BPP, do BPN, do BES, da PT e do Banif, só para referir os mais conhecidos. Na nossa zona basta olhar para o que aconteceu à indústria vidreira manual, que foi totalmente destruída, o que está a acontecer com a construção civil e com as respetivas indústrias de apoio (como as empresas de cerâmica de barro vermelho), só para referir alguns exemplos.

Na opinião de alguns especialistas estas situações devem-se às empresas aceitarem riscos excessivos e/ou terem falhas na gestão desses riscos. Parece ser então relevante ter em conta o risco.

O que é o risco? É a “combinação da probabilidade de um acontecimento e das suas consequências (ISO/IEC Guide 73). Isto é, um evento pode ter consequências negativas ou positivas na empresa, afetando o seu desempenho.

Alguns dos fatores que têm impacto nas empresas são externos outros são internos e ambos devem ser identificados e avaliados.

Qualquer empresa, para sobreviver, deve criar valor (que depois se repartirá pelas partes interessadas) mas, este potencial pode ser destruído por eventos desfavoráveis e não previstos. Interessa então preservar o valor, aproveitando as oportunidades mas também estar preparados para o risco e ter uma resposta que minimize perdas. Assegurar-se-á assim um desempenho equilibrado e sustentável.

Afinal o que é a gestão do risco? “É um processo contínuo, conduzido pela gestão de topo com envolvimento de diferentes colaboradores, no estabelecimento de estratégias, para identificar em toda a organização potenciais eventos, capazes de afetá-la, e gerir os riscos de modo a mantê-los compatível com a apetência ao risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos” (COSO).

O processo de gestão do risco faz-se em três passos: identificação do risco; gestão e decisão; e monitorização do risco, permitindo controlar o nível de risco e alcançar os objetivos pretendidos, garantindo-se a sustentabilidade do negócio.

Este processo cria uma estrutura que permite que a atividade se desenvolva de forma consistente e controlada. Identificam-se as seguintes vantagens deste processo de gestão do risco:

  • alinha a tolerância ao risco com a estratégia;
  • melhora as decisões na resposta ao risco;
  • melhora a proteção dos ativos e imagem da empresa;
  • potencia o desenvolvimento e apoio à base de conhecimentos e das pessoas;
  • otimiza a alocação do capital e dos recursos na empresa;
  • melhora a eficiência operacional.

A gestão do risco não é obrigatória! Mas a sobrevivência também não!

A escolha é sua.