A criação de valor e a sua apropriação é um objetivo constante de qualquer empresa. Mas será que realmente as empresas estão a criar valor?
Aquilo que as métricas contabilísticas nos dão são os resultados apurados assentes numa lógica contabilística e fiscal, que tem por base os princípios contabilísticos geralmente aceites a nível nacional e internacional e as normas fiscais vigentes. Esta lógica não permite encontrar diretamente uma resposta se foi ou não criado valor e como se verifica à frente, um conjunto de empresas que apresenta resultados positivos na lógica contabilístico-fiscal mas não cria valor.
Um indicador de gestão que tem vindo a a ganhar especial relevo junto de consultores, académicos e gestores das empresas é o EVA – Economic Value Added, ou valor económico criado. Através desta medida de avaliação de performance financeira consegue-se obter o resultado económico gerado e assim concluir se a empresa está ou não a criar valor.
E como se passa dos Resultados para o EVA?
O EVA não é mais do que o resultado líquido deduzido da imputação dos custo do capital próprio.
EVA = RL – ke * CP
RL – Resultado Líquido
ke – custo do capital próprio
CP – Capital Próprio ou Situação Líquida
Se o EVA for positivo, a empresa em questão conseguiu gerar uma rendibilidade superior ao custo dos capitais investidos pelo que houve criação de valor. Pelo contrário, se o EVA for negativo, a empresa não conseguiu cobrir o custo dos capitais investidos e portanto destruiu valor.
E o que é que se passa nas maiores empresas de Leiria? Estão a destruir ou a criar valor?
Analisando o ranking das 100 maiores empresas do distrito de Leiria e concelho de Ourém de 2015, publicado pelo Região de Leiria, o cenário é assustador no que respeita a este indicador.
Considerando um custo do capital próprio de 10%, apenas 60% das 50 maiores empresas deste ranking exibem um EVA positivo, ou seja, quase metade destas empresas está a destruir valor.
Se a nossa análise se focar apenas nas 20 maiores empresas deste ranking apenas 12 estavam a criar valor e, analisando o ranking análogo de 2014, verificamos que apenas 9 empresas criaram valor.
Este panorama não é de todo o ideal e a longo prazo não é sustentável. É essencial sensibilizar os decisores das empresas para a importância da monitorização da criação de valor económico. Afinal, qual é a perspetiva de futuro de uma empresa que destrói valor ano após ano?
E a sua empresa? Será que está a criar valor e a assegurar a sua sustentabilidade? Já calculou o EVA?