A Industria 4.0 é mais do que um conceito abstrato ou uma criação de marketing, é a fase seguinte no que à digitalização da economia diz respeito. É considerada a Quarta Revolução industrial e agrega tecnologias e métodos disruptivos como Big Data, Advanced Analytics, Sistemas Ciber-Físicos, IOT (Internet of Things) e Cloud Computing, em que os dispositivos estarão cada vez mais autónomos, eficientes e customizáveis.

As grandes (r)evoluções do sector industrial estiveram sempre intimamente ligadas a evoluções tecnológicas e a sua implementação nos processos produtivos. Estas alterações trouxeram ao longo dos anos, não só mudanças do paradigma tecnológico mas também consequentemente transformações a nível económico, político e social.

A primeira Revolução Industrial teve origem em Inglaterra no séc. XVIII e significou a passagem do fabrico manual e artesanal, dos grandes centros de manufatura, para a utilização das máquinas nos processos de produção. Esta revolução esteve associada ao aperfeiçoamento e introdução das máquinas a vapor na industrial têxtil e com a mecanização da indústria.

A génese da segunda Revolução Industrial esteve associada a desenvolvimentos técnicos e científicos da produção industrial e nas fontes energéticas. No final do séc. XIX desenvolveu-se uma forte evolução tecnológica associada à indústria elétrica, química, farmacêutica e de transportes. Os Estados Unidos e a Alemanha surgiam como as grandes potências industriais, seguidos pela Inglaterra e França. O gás, o petróleo e a eletricidade surgem como fontes de energia, substituindo o carvão e consequentemente as máquinas a vapor. É neste contexto que surge o “Fordismo” e a implementação do sistema de produção em massa. Henry Ford, fundador da Ford Motor Company organizou todos os elementos do chão de fábrica (pessoas, máquinas, ferramentas, produtos, etc.) em linhas de montagem. Ford pretendia com isso reduzir os custos de produção, obtendo economias de escala e dessa forma ‘fabricar automóveis tão baratos que todas as pessoas pudessem adquirir’.

Na terceira Revolução ou era da automação, a partir de meio do séc. XX, após a Segunda Guerra Mundial, a evolução tecnológica (sobretudo eletrónica digital) trouxe mais meios à indústria. A tecnologia digital passa a marcar presença de destaque no chão de fábrica com a utilização de computadores, robótica, sensores, meios eletrónicos de controlo de produção, com capacidade de gerar e gerir uma quantidade elevada de informação. Esta tecnologia trouxe maior qualidade aos produtos, menores desperdícios e menores custos e o aumento de equipas qualificadas com contributo para o processo produtivo. Acontece também a massificação dos produtos tecnológicos e a internet surge como elemento incontornável na economia mundial, funcionando como vetor da globalização.

A Quarta Revolução, ou a Indústria 4.0 é o momento no qual nos encontramos. A diminuição dos custos e o aumento da capacidade de tecnologias como os smartphones, os tablets e os computadores portáteis, possibilitaram o acesso a uma faixa alargada da população que vive agora “online”. A internet está consolidada na vida das pessoas e funciona agora como o canal de comunicação preferencial ou o destino de todas estas e outras tecnologias. Tudo está interligado.

O fundamento básico da Industria 4.0 sustenta que através da interligação das máquinas, sistemas de produção e equipamentos as empresas terão a capacidade para criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor que poderão ter controlo e comandar os processos de produção de forma independente. Assenta nos seguintes princípios:

Big Data – Com os sistemas informáticos que existem hoje em dia, com computadores de elevada capacidade, redes de comunicação abrangentes e de baixo custo é possível obter e armazenar de forma rápida uma grande quantidade de informação. Esta informação muitas vezes não é tratada e os ganhos com a sua existência acabam por não ser relevantes. O seu tratamento e análise em tempo real irão permitir aos gestores tomar decisões com mais precisão e confiança, extraindo desta forma valor desta informação.

Advanced Analytics – Ou ‘Análise Avançada’, trata-se de um conjunto de métodos e técnicas avançadas que poderão ser utilizados para prever acontecimentos futuros. Podemos elaborar previsões com base na informação que obtemos (Big Data) e utilizar essas previsões para efetuar simulações e análise de cenários que permitam antecipar riscos, tomar decisões e otimizar processos. Enquanto os modelos tradicionais se baseiam na análise da informação histórica, as ferramentas de Advanced Analytics colocam o seu foco na previsão de eventos e comportamentos futuros.

Sistemas Ciber-FísicosSão sistemas que combinam entidades físicas, como determinados mecanismos, robots ou aparelhos controlados e monitorizados por algoritmos de computador, quer otimizam a tomada de decisão e gerem os processos. Exemplos parecidos de sistemas deste género podem ser encontrados na indústria automóvel, com automóveis que se conduzem sozinhos, equipados com sensores e com capacidade para reagir a alterações no meio envolvente. Na Indústria 4.0 é procurada esta integração, não só ao nível do processo produtivo e do chão de fábrica, mas também dos produtos em si, que englobarão cada vez mais tecnologia, interligados com componentes informáticos e ligados via rede em todo o mundo.

IOT (Internet of Things) – A Internet das Coisas é um conceito muito semelhante aos Sistemas Ciber-Físicos. Significa interligar os aparelhos do dia-a-dia, máquinas, equipamentos de transporte, eletrodomésticos, e mesmo pequenos objetos de uso diário à internet, interagindo entre si e “lendo” o ambiente à sua volta através de sensores (temperatura, humidade, presença, etc). Através deste conceito, qualquer objeto poderá ser equipado com um sensor e ligado à rede, transformando objetos estáticos em elementos dinâmicos de uma rede integrada, cujas centrais utilizarão essa informação de forma inteligente. Prevê-se que esta forma de ligação digital estimule o surgimento de novos produtos e serviços diferenciados.

Cloud Computing – a Computação na Nuvem é um sistema informático em que o armazenamento de dados é efetuado em servidores especializados (Cloud) e cujo acesso a informação, serviços, programas é efetuado remotamente via internet. Um computador será no futuro nada mais que um chip com ligação à internet.

Segurança – um dos principais desafios para a Industria 4.0 está relacionado com a segurança e robustez de todo o sistema e da informação. Toda esta interligação trará desafios acrescidos para a segurança de toda a rede com informação crítica a circular é necessário garantir que a mesma é fidedigna, protegida e disponibilizada em tempo real.

A combinação de todos estes fatores cria condições para a criação de fábricas inteligentes, onde por exemplo os Sistemas Ciber-Físicos controlam os processos produtivos e tomam decisões de produção com base no algoritmo definido. Esse algoritmo é construído tendo por base princípios de Advanced Analytics que por sua vez utilizam a informação recolhida e tratada pela empresa (Big Data). Com os sistemas interligados entre si (Internet of Things) e com os colaboradores e gestores da empresa, toda a informação tratada é disponibilizada via Cloud Computing aos diferentes shareholders.

Este passo seguinte na digitalização da economia vai permitir processos mais eficientes, redução nos consumos de energia, minimização de desperdícios, com produtos de elevada customização e adaptados ao cliente. As fábricas serão cada vez mais automatizadas, com sistemas ligados entre si.

A Industria 4.0 está aí e compete às empresas analisar as mudanças nos mercados e adaptar as suas estratégias de forma a aproveitar as novas oportunidades. Os gestores devem começar hoje a preparar as suas empresas para esta transformação digital, com os melhores recursos e a estrutura adequada, de forma a dar resposta aos desafios que se aproximam.

“A mudança é a lei da vida. E aqueles que olham apenas para o passado e para o presente irão certamente perder o futuro.”

John F. Kennedy

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