A Comissão Europeia revelou, a 6 de Maio de 2015, a intenção de criar o Mercado Único Digital até ao final de 2016.

Este mercado assume o objetivo de pôr fim a algumas barreiras regulamentares para conseguir passar dos 28 mercados nacionais para um único mercado europeu. Os benefícios económicos serão assinaláveis, estima-se um contributo de 415 mil milhões de euros por ano e a criação de centenas de milhares de novos postos de trabalho na União Europeia.

A Estratégia para o Mercado Único Digital assenta em 3 pilares:

Pilar I: Melhor acesso dos consumidores e empresas aos bens e serviços digitais em toda a Europa

Pilar II: Criação de condições adequadas e de condições de concorrência equitativas para o desenvolvimento de redes digitais e serviços inovadores

Pilar III: Otimização do potencial de crescimento da economia digital

Cada um destes pilares está subdividido em ações-chave, num total de 16 (que poderá ficar a conhecer aqui).

Em Junho deste ano a Comissão Europeia revelou uma análise onde revela que 70 milhões de cidadãos europeus não têm competências de literacia e que este número dispara quando falamos de literacia digital.

Esta é uma área que a Europa considera essencial para o desenvolvimento da Economia Digital e do Conhecimento que Bruxelas pretende dinamizar.

Esta análise da União Europeia mostra que 40 % dos empregadores europeus dizem ter dificuldades em encontrar pessoas com as competências certas.

Em Portugal, mais de metade das pessoas entre os 16 e os 74 anos de idade não possui qualquer competência digital básica. São, mais precisamente, 52%, comparando com os 41% da média da UE 28.

Perante estas dados, constata-se que as empresas e as administrações públicas não estão a beneficiar plenamente das ferramentas digitais.

Tudo isto ganha uma importância crescente se verificarmos qual a previsão das competências mais procuradas no futuro mercado de trabalho em 2025. Segundo o Fórum Económico Internacional, as competências mais procuradas serão “Pensamento Computacional”, “Desenvolvimento de Software”, Literacia dos novos media”.

Também o IPAM – The Marketing School, revelou recentemente um estudo onde afirma que 71% das empresas preveem um aumento da procura de profissionais qualificados na área do Marketing Digital.

É particularmente importante contrariar esta realidade atual, para corresponder à revolução digital que pretende criar oportunidades para as pessoas e as empresas com o poder do Mercado Único da UE no seu formato digital. Desta forma Bruxelas propôs recentemente 10 medidas para aumentar as competências digitais a implementar nos próximos dois anos. (que poderá conhecer aqui).

Com esta globalização europeia, com o previsível fortalecimento económico e com um catálogo extenso de ferramentas digitais ao alcance de consumidores e empresas, é possível continuar a ignorar a necessidade de investir na aquisição de competências nesta área?

Eu, enquanto Consultora de Marketing e Comunicação, tenho a certeza que não.