Se o seu negócio ainda não passou as barreiras da loja física, com certeza que já se questionou se deveria ou não criar uma loja online.
Comecemos por analisar os dados:
Em janeiro de 2019, de acordo com o Digital 2019 Reports, quase 4,39 biliões de pessoas utilizavam a internet, o que representa um acréscimo de 9,1% face ao anterior. O número de pessoas que utiliza a internet cresceu 1,9 biliões desde 2014, o que representa um aumento de mais de 75% em apenas 5 anos.
De acordo com este relatório, os utilizadores gastam em média, por dia, 6h42m na internet. Portugal está ligeiramente abaixo da média mundial com 6h38m, ou seja, num ano cada utilizador passa mais de 100 dias online.
O acesso mais facilitado a computadores, a modernização dos países em todo o mundo e o aumento da utilização de tablets e smartphones proporcionam às pessoas a oportunidade de usar a Internet com mais frequência e com mais conveniência. Como consequência, o hábito das compras online tem crescido significativamente na última década.
O total de receitas anuais do e-commerce cresceu 14% em relação ao ano anterior (de acordo com o relatório mencionado acima). A penetração do e-commerce ainda é bastante variada em todo o mundo e ainda há muito espaço para crescimento. As pessoas compram online maioritariamente viagens, artigos de moda e beleza, produtos de tecnologia e brinquedos.
Um estudo da Economia Digital em Portugal, desenvolvido pela ACEPI – Associação da Economia Digital em Portugal em parceria com a IDC, mostra que em 2017, 36% dos portugueses fez compras online, num valor de 4,6 mil milhões de euros, a que crescem 70 mil milhões de euros em negócios online efetuados pelas empresas e pelo Estado.
Ainda assim, a prática das compras online em Portugal é inferior à média Europeia (36% vs 57%). Portugal surge na posição 22, próximo de países como a Grécia, Itália e Chipre. Conforme se pode observar na figura abaixo é no norte da Europa que as compras online são mais populares.

Este estudo aponta que em 2020 mais de metade da população mundial utilizará a Internet e em 2025 68,4% estarão online (face aos 57% em 2017). Em Portugal espera-se que até 2025, 59% dos portugueses deverão fazer compras online num valor a chegar aos 8,9 mil milhões de euros. Ao nível do segmento Business to Government e Business to Business o valor agregado deve rondar os 132 mil milhões de euros até 2025.
O que os portugueses mais compram online?
De acordo com o relatório Connected Commerce Report 2018 desenvolvido pela Nielsen, em 2018 os portugueses compraram online especialmente viagens, artigos de moda, bilhetes para eventos, produtos de papelaria e produtos tecnológicos (conforme se observa na imagem abaixo).

Mafalda Silva Ferreira, Client Development Senior da Nielsen refere que “num cenário de crescente confiança e de recuperação do consumo, a Nielsen tem vindo a observar uma maior procura por soluções que ofereçam uma maior qualidade de vida e mais tempo para atividades de lazer.” A compra de refeições para entrega ao domicílio é exemplo disso mesmo. Em relação a 2017 este consumo aumentou 9%.
Este relatório revela ainda que os portugueses estão mais disponíveis para a compra online de mercearia embalada e frescos, onde se registou um aumento de 3% e 2%, respetivamente.
Assiste-se a uma mudança de paradigma no e-commerce: enquanto que no passado se focava principalmente nos produtos não perecíveis como viagens, modas e livros, nos últimos tempos tem-se observado o crescimento de compras online noutras categorias de produtos. Para Mafalda Silva Ferreira, “a oportunidade do e-commerce em Portugal existe e é real também para os Bens de Grande Consumo.” A previsão da Nielsen é que em 2022, em Portugal, as vendas de Bens de Grande Consumo (BGC) no e-commerce deverão atingir um total de 376 milhões de euros, representando 1,6% do total das vendas de BGC do país.
Outro facto a destacar é a crescente utilização dos smartphones no processo de compra de bens online. Em 2017 46% das pessoas que comprou online utilizou o telemóvel (barómetro DPD).
Onde os portugueses compram?
De acordo com o estudo desenvolvido pela ACEPI mais de 50% das compras online realizadas pelos portugueses ocorrem em site internacionais, sendo que mais de 1/3 dos utilizadores adquirem produtos em sites localizados na China.
Conforme se pode observar no gráfico abaixo, a nível nacional os sites mais utilizados são o OLX, a Worten, a Fnac e por último o Continente. Os sites internacionais onde os portugueses mais fazem compras online são o AliExpress, o Booking e o Ebay.

Quais as vantagens associadas à criação de uma loja online?
- Loja aberta 24horas por dia, 365 dias por ano: a criação de uma loja online permite-lhe estar sempre acessível para quem o visita, a qualquer hora e a qualquer dia, sem restrições;
- Alcance: com uma loja online os seus produtos poderão chegar a todo o país e se tiver capacidade logística para isso poderão chegar a qualquer lugar do mundo;
- Crescimento escalável: o negócio pode crescer sem que para isso as suas despesas aumentem na proporção das suas receitas;
- Custos de manutenção mais baixos: nas lojas online os custos de manutenção são consideravelmente mais baixos que uma loja física. Nas lojas online não existem as despesas com a renda, luz, água, telecomunicações, limpezas, etc.;
- Integração da loja online no software: a integração entre as lojas online e os softwares de gestão (faturação, stocks, tesouraria…) tornou mais facilitada a organização da informação e a eficácia dos processos.
De acordo com o barómetro de e-commerce, a principal motivação apontada pelos e-sellers (retalhistas com lojas online) para venderem online consiste em este meio ser um canal de venda complementar que lhes possibilita o alargamento do seu mercado, chegando a novos segmentos de mercado. O e-commerce já é entendido pelas empresas retalhistas como uma realidade na qual querem estar presentes, seja porque faz parte da sua estratégia, seja por apresentarem custos muito inferiores a uma loja física.
De destacar que os retalhistas online que mais crescem são os e-sellers de média/grande dimensão com perfis híbridos (ou mistos), ou seja, os que têm presença simultânea através de uma loja física e online. Neste grupo as vendas online já representam entre 50% a 75% do total da sua atividade.
Os dados apresentados confirmam que o e-commerce, não só no mundo mas também em Portugal, é encarado como uma opção real de compra para um número cada vez maior de pessoas.
E na sua empresa faz sentido criar uma loja online?