As start-ups são sexy e estão na moda. Que o digam as mais de 59.000 pessoas que participaram no Web Summit 2017 onde marcaram presença 2.100 start-ups de todo o mundo e 1.400 investidores dos “mais influentes do mundo” e pertencentes aos principais fundos de investimento (dados SAPOTEK).

Mas, de acordo com um estudo da Informa D&B, apenas cerca de dois terços das empresas sobrevivem ao primeiro ano de atividade, pouco mais de metade (53%) ultrapassam o terceiro ano e apenas 42% atingem a idade adulta (5 anos). Se nos focarmos apenas nas start-ups a taxa de sobrevivência é ainda menor.

Então, o que torna uma start-up tão atraente?

Sim, o risco é bastante elevado mas, em caso de sucesso, o crescimento do negócio é rápido e os lucros são bastantes apetecíveis (ver aqui).

Outro fator que torna as start-ups bastante atrativas é a inovação que trazem, seja através de produtos, serviços ou novas formas de fazer negócio.

Uma start-up é por inerência inovadora e toda a estrutura está focada em agilizar e rentabilizar a inovação. Start-ups são em geral pequenas organizações, muito flexíveis, com elevado grau de informalidade e onde se privilegia a criatividade. Estas características permitem que as pessoas desenvolvam as suas ideias e facilmente interajam umas com as outras para as potenciar. Nos últimos anos têm surgido várias metodologias específicas para as start-ups que as ajudam a lidar com ambientes de elevada incerteza e que agilizam o lançamento de produtos/serviços inovadores no mercado (ver aqui).

Enquanto assistimos ao desenvolvimento exponencial das start-ups, verificamos que empresas mais maduras têm elevada dificuldade em inovar. Talvez estas empresas possam aprender com as start-ups.

Jerome Engel, fundador do Lester Center for Entrepreneurship & Innovation, University of California, sugere isso mesmo. Engel defende que o processo de gestão da inovação deve ser autónomo da gestão quotidiana da empresa. Só assim será possível colocar o foco na inovação sem que a empresa deixe de estar focada na execução e em processos de melhoria contínua.

Na realidade este é um modelo já praticado em empresas de referência na inovação, como a Google ou a 3M. O desafio passa por aplicar este principio nas nossas empresas e, especialmente, nas PME.

Enquanto a empresa em geral desenvolve os seus processos diários, assentes no seu conhecimento sobre os produtos/serviços que desenvolve e o mercado, é importante que exista um núcleo que possa estar distante destas dimensões e que possa funcionar tendo por base as competências e metodologias de uma start-up.

Numa PME, dada a sua dimensão, não é fácil conseguir manter o processo de gestão da inovação autónomo, com características tão diferentes dos restantes, quando muitas vezes temos as mesmas pessoas envolvidas. Até porque, no processo de inovação é importante envolver equipas multidisciplinares.

O desafio passa por conseguir encontrar as pessoas certas, os momentos e metodologias adequados e um ambiente propício à inovação.

Está disposto a aceitar este desafio na sua empresa?

 

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