Para ter sucesso não chega ter uma ideia é necessário avaliá-la!
Quantos empreendedores com ideias de negócio brilhantes fracassam mesmo antes de alcançarem o sucesso?
O primeiro negócio de Walt Disney foi um estúdio de animação ao qual chamou Laugh-O-Gram. Apesar das suas ideias visionárias entrou em bancarrota pouco depois, em parte, porque o mercado ainda não estava preparado para as suas criações naquela época.
A própria Apple, ao comando de Steve Jobs, passou por um período conturbado na década de 1990, devido ao lançamento de vários produtos que foram verdadeiros fiascos.
Inúmeros são os motivos que podem levar ao fracasso de boas ideias de negócio e um dos que verdadeiramente atrapalhou estes empreendedores foi a falta de uma análise exaustiva sobre todos os fatores necessários para o sucesso dos seus negócios, nomeadamente análise dos clientes e do mercado.
Como este artigo pretendo apresentar-vos duas ferramentas que no fundo podem ajudar as suas ideias a não fracassarem por motivos que pode controlar. Falo-vos de Business Plan e Business Case.
- Business Plan (BP)
O Business Plan consiste num documento orientador, essencial para a estruturação de uma nova ideia negócio. Deve descrever as linhas essenciais do projeto, definir a alocação dos vários recursos, concretizar a ideia a implementar e solucionar possíveis problemas que inevitavelmente surgirão.
Este documento não tem uma forma única e deve ser adaptado em função do(s) seu(s) destinatário(s).
Deve incluir um resumo, um objetivo, a identificação dos fatores críticos de sucesso, estudos de mercado, perfil da equipa, planos de marketing, análises financeiras e de investimento que suportem devidamente a ideia de negócio.
Aspetos essenciais para um bom Business Plan:
- Ser objetivo e realista – os objetivos e as metas devem estar bem definidos e fundamentados em alicerces concretizáveis;
- Ser de simples apresentação e aplicação;
- Incluir um plano financeiro equilibrado – suportado em documentos previsionais, mas sobretudo realistas. Fazer grandes projeções financeiras a longo prazo é muito arriscado, facilmente se tornam inalcançáveis, pelo que é necessário fazer uma previsão prudente;
- Poder ser implementado num prazo razoável – o plano deve ser exequível entre 5 a 7 anos;
- Ser original – trata-se da sua ideia de negócio, algo que você acredita que revolucionará o mercado, pelo que o seu Business Plan tem de ser único, tem de criar interesse e paixão no seu destinatário. Por isso seja original e criativo;
- Ter um tamanho razoável – o plano deve ter entre 30 a 60 páginas.
Se é um guia definido por si e que deverá acompanha-lo ao longo do processo, seja rigoroso, mas não demasiado otimista. Se não acabará como as promessas de Ano Novo, não sai do papel.
E lembre-se, ainda que seja para vender a sua ideia extraordinária, fundamente todos os factos mesmo os que lhe pareçam óbvios, porque o mercado poderá não interpretá-los de igual modo e condicionar o sucesso da sua ideia.
O Business Plan é direcionado normalmente para investidores ou partes interessadas, especialmente quando em causa está a busca de financiamento externo.
- Business Case (BC)
O Business Case consiste num documento que deve resumir em 2 páginas um projeto de negócio: um negócio específico (por exemplo um investimento num novo equipamento ou uma nova estratégia).
Deve ser um documento simples, de fácil e rápida análise e potencialmente fácil de apresentar e implementar. É crítico que a gestão de topo seja parte envolvida na elaboração do processo.
Ao contrário do Business Plan, o BC tem uma forma específica. Em regra, deve ser dividido em quatro partes:
1.ª Parte: Ideia de Negócio – análise da ideia (relevância, inovação, rentabilidade) e definição do modelo de negócio respondendo às questões: Porquê? Quem? Como? Quando?;
2.ª Parte: Mercado – definição dos concorrentes (quem dá resposta à mesma necessidade), definição dos clientes (quem está disposto a pagar pelo produto) e qual será o posicionamento da empresa;
3.ª Parte: Implementação – definição do perfil da equipa, do plano de marketing e plano de produção;
4.ª Parte: Económico-Financeira – definição do plano financeiro e de investimento, projeção das vendas e dos custos, análise de rácios (TIR, VAL).
As quatro fases devem ser ajustadas tantas vezes quantas necessárias até que todas estejam em harmonia.
Tipicamente o BC é um documento interno que deve ler-se em 5 minutos e deve ser revisto trimestralmente,podendo sofrer alterações.
Aspetos essenciais para um bom Business Case:
- Ser objetivo, simples e curto – a informação deve ser condensada em 2 a 3 páginas, suportado em infografias e em todos os documentos de suporte possíveis;
- Ter fontes credíveis;
- Qualidade da equipa – o sucesso do BC depende inegavelmente da sua equipa e esta deve incluir o núcleo de gestão em todo o processo, para além dos promotores da ideia;
- Garantir que o documento está de acordo com o objetivo e a finalidade pretendida.
O Business Case é normalmente um documento direcionado para a gestão de topo e para a equipa.
Em síntese:

Sendo documentos com públicos-alvo distintos são igualmente utilizados em situações distintas. Contudo, é possível utilizar as duas ferramentas perante a mesma situação, nomeadamente quando necessita de financiar o seu negócio. O Business Plan, pela sua estrutura, transmite uma maior confiança aos investidores e entidades financeiras. O BC, pela sua dimensão, permite avaliar a racionalidade do negócio de forma rápida e é o preferencial da gestão de topo.
Apesar das inúmeras vantagens destas ferramentas, muitos vão continuar a não as utilizar e a depender da sorte. E você utiliza estas ferramentas ? O que acha de passar a utilizá-las para estruturar as suas ideias?
