“Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões.”

 Fillion

Em qualquer sociedade o empreendedorismo é essencial para a geração de riqueza, melhoria das condições de vida da população e abertura de novas portas à inovação através da transformação de conhecimento em novos produtos.

Com o objetivo de promover o crescimento e desenvolvimento do país, o termo empreendedorismo tem sido muito popularizado nestes últimos anos. Hoje em dia observa-se um sem número de iniciativas que se traduzem na realização de conferências de sensibilização, concursos de ideias de negócio, apoios financeiros, entre outros.

Todos os novos negócios assentam num denominador comum, uma ideia, ou seja, a identificação de uma oportunidade ou necessidade dos consumidores. Até à constituição de uma nova empresa existe um longo caminho a percorrer cheio de incertezas e riscos, avanços e recuos para o qual o empreendedor precisa de estar preparado.

Na decisão de avançar para um novo negócio existem fatores fundamentais que podem ter uma grande influência no seu sucesso. A constituição de um plano de negócios robusto, o conhecimento do mercado em que se vai entrar e dispor das habilidades e conhecimentos exigidos pelo negócio são fatores cruciais para ser bem-sucedido.

Mas, o empreendedor não é apenas aquele indivíduo que cria novas empresas. Um empreendedor pode optar por diversas outras formas de empreendedorismo todas elas diferentes, e que serão mais ou menos adequadas consoante os objetivos e os riscos que pretende incorrer.

Quando foi a última vez que foi empreendedor no seu local de trabalho?

Esta é primeira estratégia que se sugere, o denominado empreendedorismo interno ou intra-empreendedorismo. É um processo pelo qual um indivíduo ou conjunto de indivíduos trazem uma inovação para dentro da empresa onde trabalham, em associação com esta. Ou seja, esta forma de ser empreendedor significar inovar e ser criativo no seu local de trabalho.

O intra-empreendedorismo é um fator diferenciador e essencial para o sucesso das empresas, que cada vez estão mais voltadas para estas novas formas de abordagem empresarial que visam não só, a resolução de problemas dentro da empresa como também, a otimização das competências pessoais dos funcionários.

Ao passo que o empreendedor clássico é o dono do capital e corre todos os riscos associados à constituição de uma nova empresa, sendo ele o único responsável pela suas decisões. O empreendedor interno é bem diferente. Primeiro está inserido dentro de uma empresa que tem as suas próprias normas e processos, e estas que podem condicionar as suas ações. Segundo, os riscos inerentes ao projeto são assumidos pela empresa: normalmente as empresas fornecem os recursos e as estruturas necessárias para o seu desenvolvimento por contrapartida do comprometimento, tempo e dedicação investida pelo empreendedor.

E se adquirisse um negócio já constituído?

Adquirir uma empresa que já está em funcionamento no mercado acarreta menos riscos do que montar e criar uma empresa de raiz, uma vez que já tem uma base de clientes e fornecedores estabelecidos, notoriedade no mercado e uma forma própria de funcionar, originando por isso uma certa estabilidade e previsibilidade face ao futuro.

Apesar desta opção apresentar menos riscos, não significa que não tenha também alguns. Ao adquirir um negócio é necessário alguma cautela e seguir uma metodologia rigorosa para evitar ao máximo surpresas indesejadas e problemas futuros.

Uma boa avaliação da empresa a nível dos seus recursos, tanto humanos como materiais e financeiros é fundamental para se investigar a capacidade da empresa em gerar resultados. É essencial que o comprador tenha acesso ao histórico da empresa para que possa analisar com cuidado todos os documentos financeiros da empresa e assim emitir uma avaliação o mais próximo possível da realidade.

Também poderá optar por um franchising. Já colocou esta alternativa em cima da mesa?

Face à crescente competitividade dos mercados, para aqueles que não têm tanta segurança em construir um negócio todo do zero e querem reduzir ao máximo as probabilidades de fracasso, a opção do franchising talvez seja a alternativa de maior crescimento e sucesso.

Esta é uma estratégia em que é feita uma parceria, na qual um franchisador (detentor da marca de sucesso), cede ao franchisado (o autorizado a explorá-lo) o direito a explorar os seus produtos e serviços, uso sobre a sua patente, know-how e distribuição exclusiva, em troca de contrapartidas financeiras. Este conceito trata-se de uma estratégia que consiste em replicar um conceito de negócio (de sucesso) já existente.

Algumas das vantagens que poderá aproveitar ao seguir esta estratégia são o facto de aproveitar o know-how de quem já teve sucesso, permitindo evitar um conjunto de erros que normalmente se cometem quando se inicia uma atividade empresarial, não estar sozinho no negócio, podendo partilhar experiências com outros membros da rede, o benefício que pode obter pelo facto da marca já ser conhecida e estar mais protegido dos grandes concorrentes, através do ganho de escala da rede.

Os pontos menos positivos dizem respeito ao facto de ter de seguir as regras da rede, o dever de pagar contrapartidas por estar integrado na rede, o risco de ser afetado pelos erros dos outros membros da rede e a grande dependência das estratégias e decisões do franchisador.

Antes de tomar a decisão de abrir um franchising é preciso ter em atenção alguns aspetos que irão ter impacto diretamente no sucesso da empresa. Avaliar a solidez da marca e não se deixar levar pela primeira impressão, escolher uma boa localização para o seu negócio, falar com outros franchisados de forma a tentar perceber o seu nível de satisfação, a escolha de um setor que já tenha afinidade, investindo em franchisings com potencial de crescimento ou que já estejam bem estabelecidas na área em que atuam, são alguns dos cuidados que os empreendedores deverão ter em conta antes de avançar.

Ser empreendedor não implica ter necessariamente que começar um negócio todo do zero, pode tirar partido dos negócio já constituídos, através da compra de uma empresa ou do franchising que permite reduzir algum risco inerente à abertura de um negócio. Dispondo também da opção de empreender na empresa onde trabalha e aí tem hipótese de ter todo o apoio e recursos necessários.

Qual a estratégia que melhor se adequa a si e aos seus objetivos?

 

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