Quantos de nós, nos levantamos um dia e pensámos: Tenho de mudar. Preciso de mudar. Preciso de experimentar e aprender coisas novas. Sair da zona de conforto. Preciso de mudar a forma como vejo as coisas. Preciso de melhorar o meu “eu”.
Provavelmente muitos de nós.
Mas será que realmente fizeram alguma coisa para combater esse sentimento tão intrínseco, como a necessidade de mudar, de experimentar?
Sim… Não…Talvez; Ainda não tive oportunidade; Ainda não tive tempo; Tive de receio da mudança, etc.
Embora hoje em dia se viva numa sociedade em constante evolução e transformação, existe, e existirá sempre, alguma resistência à mudança. Mudar alguma coisa em nós, na nossa vida ou na nossa organização requer sempre uma saída da zona de conforto.
Por exemplo, no mercado laboral houve uma mudança de paradigma muito forte. Antes o emprego era para a vida, no entanto, hoje em dia, isto já não acontece – não existem empregos para a vida. Muitas pessoas vão mudando de emprego, objetivando melhores perspetivas salariais ou de carreira, de forma a atingir o que ambicionaram anteriormente.
Mas a mudança nem sempre é fácil para todos os atores, quer seja para a anterior entidade patronal, para a próxima entidade patronal ou para o colaborador. A mudança traz sempre associada um período de adaptação.
Para qualquer organização, a saída de um colaborador traz um novo desafio para a sua substituição, quer seja por um atual colaborador ou através de uma nova contratação.
Quando se trata de um atual colaborador, o desafio prende-se com a atribuição de, porventura, novas tarefas a alguém ou do reforço das tarefas que já se executavam. Algumas preocupações são fundamentais para esta nova atribuição, por exemplo, se a pessoa se sente confortável com as novas responsabilidades, se as novas tarefas motivam o colaborador, qual será o impacto na equipa com o aumento da responsabilidade num dos colaboradores, será que a equipa se manterá motivada, será que o colaborador está preparado para estas novas tarefas, etc.
Nunca nos podemos esquecer que uma organização, não é mais que um conjunto de pessoas e que só terá sucesso se os colaboradores estiverem motivados para o desempenho das suas funções. Com certeza que outros fatores entrarão em linha de conta para o sucesso, mas sem dúvida que os recursos humanos, com a sua motivação, o seu desempenho, o seu trabalho e a criação da equipa motivada para um objetivo comum, contribuirão consideravelmente. E isso deve estar sempre presente nas várias ações, medidas e decisões tomadas pela gestão.
No caso do antigo colaborador ser substituído por uma nova contratação, a organização terá o desafio de encontrar a pessoa com o perfil mais adequado para as tarefas a assumir, o que nem sempre é fácil.
Quando uma organização pretende contratar um colaborador que está noutra organização, o desafio prende-se com a aposta realizada e com o tempo necessário para a mudança.
Numa mudança de trabalho, existe sempre um período de transição. O atual Código de trabalho prevê alguns limites para aviso do colaborador à entidade patronal, no entanto, estes são muito difíceis de cumprir. Quando uma entidade inicia o seu processo de recrutamento, normalmente já tem uma boa perspetiva de quando a nova pessoa deve iniciar funções. Isto limita o período de transição e muitas vezes o tempo a dar à anterior entidade patronal. Por exemplo, num contrato de 2 anos, o tempo a dar é de 60 dias. Hoje em dia, que empresa estará disposta a esperar durante todo este tempo para recrutar alguém?
Para o colaborador, a mudança, trará com certeza novos desafios, novas pessoas, novas tarefas, novo ambiente, porventura uma adaptação também a uma nova localização. Como já foi referido, mudar implica uma saída da nossa zona de conforto, por isso, implica uma adaptação a novas realidades.
Não nos podemos esquecer que ao enfrentar pequenos ou grandes receios alargamos a nossa zona de conforto, e isso é determinante para combater o nosso medo, os nossos receios e também para nos desafiarmos a nós próprios e mostrarmo-nos que somos capazes.
Por isso, se quer mudar, aja, porque como diria Charles Chaplin “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”