Quantas vezes entenderam mal o que disse? Deu instruções e compreenderem mal a tarefa que tinham de realizar? Não conseguiu transmitir corretamente o que estava a pensar?

E porque é que isto acontece?

Isto acontece porque, por vezes, não somos claros e objetivos quando estamos a transmitir a mensagem, por termos dificuldades em comunicar.

“Existem quatro formas, e não mais do que quatro, de estarmos em contacto com o mundo, sendo que somos avaliados e classificados por esses contactos: o que fazemos, como nos apresentamos, o que dizemos e como dizemos.”

Dale Carnegie

Muitas vezes associamos comunicação apenas a discursos e apresentações mas, comunicar é muito mais que isso. Nós estamos constantemente a comunicar em tudo o que fazemos, não só através da nossa voz mas, também através da nossa postura corporal e do nosso comportamento.

Por isso, saber comunicar é mais do saber falar bem, é saber interagir e dizer efetivamente o que estamos a pensar, passando a mensagem correta a quem nos está a ouvir. Saber comunicar é importante em todos os momentos da nossa vida.

No mercado de trabalho, hoje em dia, já não se contrata só pelas notas que o/a candidato/a teve. Cada vez se valoriza mais a capacidade de relacionamento com as outras pessoas e a capacidade de comunicar, entre outras softskills. As empresas querem pessoas dinâmicas, pró-ativas, que interajam e comuniquem com o mundo e que o façam bem.

Por isso, há sempre aspetos que podemos, e devemos, melhorar na nossa comunicação.

Sempre que pretendemos transmitir uma mensagem devemos ter o cuidado de planear o que vamos dizer – ter uma estrutura cuidada com uma introdução, um corpo e uma conclusão – isso irá ajudar a transmitir a ideia da melhor forma possível. Outros dois pontos importantes de forma a sermos claros, objetivos e à mensagem ser bem percebida são o uso de palavras claras e a sua adequação ao público. É crucial adequar a nossa comunicação ao recetor. Não devemos, por exemplo, fazer uma apresentação muito técnica sobre engenharia, com todos os termos e conceitos teóricos, para um público que não tem conhecimento dessa área. Assim, certamente o público não irá perceber o que lhe está a tentar ser transmitido.

A variedade vocal é também uma ferramenta extremamente eficaz que podemos utilizar para melhor comunicar. É completamente diferente falar com uma pessoa que vai variando o seu tom de voz e o ritmo, do que com uma pessoa que mantém sempre o mesmo volume e fale muito rápido ou muito devagar. Podemos utilizar a voz para dar mais ênfase a alguns pontos, diminuindo ou aumentando o volume ou através das pausas que imprimimos na conversa. Isto vai ajudar o nosso recetor a perceber melhor a mensagem e a manter-se atento.

A comunicação não-verbal (por exemplo, através de gestos, expressões faciais e posturas) é também de extrema relevância. É importante ter uma comunicação a “uma só voz”, isto é, a nossa movimentação, comportamento e postura devem dizer o mesmo que a nossa comunicação verbal. Algumas vezes, quando não estamos convictos daquilo que estamos a dizer, a nossa linguagem corporal denuncia aquilo que estamos a pensar, a nossa incerteza ou as nossas hesitações, através, por exemplo, de um simples cruzar de braços ou alguns “tiques” de nervosismo.

Outro fator muito importante a ter em conta é o nível relacional criado com o recetor. Devemos ser cordiais com quem nos ouve e tentar criar empatia com o nosso público-alvo de forma à mensagem ser mais facilmente ouvida e percebida. Podemos criar empatia utilizando o nome da pessoa com quem estamos a falar, sorrindo e mantendo uma postura aberta, por exemplo.

Embora comunicar pareça fácil existem inúmeros aspetos que irão determinar o seu sucesso ou insucesso e só há uma forma de melhorar: praticando.

Por isso, na próxima oportunidade, experimente estar atento ao que o rodeia e perceber todos estes pequenos detalhes. Pratique e irá perceber que comunicar afinal pode ser diferente.