O termo “abdução” foi primeiramente introduzido pelo filósofo Charles Sanders Peirce (séc. XIX). Ele foi o primeiro a distinguir a abdução como sendo uma forma de inferência lógica, a par com a dedução e a indução, para conhecer/interpretar um fenómeno
A dedução parte de certas hipóteses consideradas verdadeiras (premissas), e retira delas um resultado que é implícito:
Lei geral: todos os feijões deste saco são brancos
Caso: estes feijões são deste saco
Resultado: estes feijões são brancos
A indução, enquanto processo lógico/analítico, permite deduzir ou comprovar uma determinada teoria após a sua experimentação prática. A indução é muitas vezes entendida como um tipo de raciocínio lógico com a finalidade de derivar generalizações, isto é, se algo é válido para uma amostra de uma população, então é igualmente válido (generalizável) à totalidade da população:
Caso: estes feijões foram retirados deste saco
Observação: estes feijões são brancos
Generalização: todos os feijões deste saco serão brancos
Por outro lado, a abdução é assim como que uma “lei da liberdade”, no sentido em que as ideias são livremente associadas, de forma criativa, para a obtenção/conclusão/estabelecimento de um resultado ou uma “lei da criatividade”. Em termos de raciocínio lógico abdutivo, é justamente a associação de ideias gerais que permite a inclusão de inferências criativas necessárias a todo o método investigativo/interpretativo da descoberta
Regra: Todos os homens são mortais
Caso: Sócrates é mortal
Hipótese muito provável: Sócrates é um Homem
As 3 técnicas, abdução, a dedução e a indução, devem ser usadas numa investigação, mas não têm que obedecer a uma qualquer ordem específica. A figura seguinte resume as relações entre as 3 formas de raciocínio lógico para investigação em ciências sociais:
A dedução prova o que algo deve ser = explica
A indução mostra o que alguma coisa é = verifica
LEI DA LIBERDADE: A abdução meramente sugere o que alguma coisa pode ser = cria (algo de novo, ideia criativa)
De outro modo: a abdução desenvolve ideias ou hipóteses (de forma livre), a dedução funciona avaliando as hipóteses ou ideias, a indução justifica as hipóteses ou ideias com utilização de dados empíricos.
A abdução tem de estar presente, portanto, em qualquer processo de inovação: tem o seu “momento eureka” como a fase central de “invenção” em que uma nova prática, processo ou estrutura são primeiramente visualizados.
Não há inovação fazendo o que já está feito e da forma como sempre foi feito.
FRASES ASSASSINAS
Isto aqui não funciona…
Quem és tu para….?
Nunca vai dar….
Sempre fizemos assim…
Não é possível….
Não temos tempo para perder com essas coisas…
Não te preocupes, o chefe é que sabe…
Eu já tinha dito…
É bom, mas aqui não dá…
PARA MOTIVAR: Este ano tive o grato privilégio de observar a seguinte inscrição em poster na entrada de uma oficina:
AQUELES QUE DIZEM QUE É IMPOSSÍVEL
PAREM DE INTERROMPER OS QUE ESTÃO A TENTAR
Interessante… pra eu começar a pensar melhor sobre esse raciocínio. E me pareceu que já faz um bom tempo que eu já investi muito nesse raciocínio,