O ano de 2016 foi o ano da democratização da Inteligência Artificial no grande público devido à entrada no mercado de um novo dispositivo, o altifalante inteligente, que tem como principais players de mercado, a Google com o Google Home e a Amazon com a família de produtos Amazon Alexa. Os produtos mais vendidos no Natal de 2016 pela Amazon, nos Estado Unidos, foram precisamente os dispositivos Amazon Echo e Amazon Echo Dot, estando já presente em 6 milhões de lares norte americanos.
Estes altifalantes inteligentes permitem aos diferentes membros da família interagir, através da voz, com plataformas na Cloud de Inteligência Artificial (a Google Assistant e Amazon Alexa). Estas plataformas respondem às mais variadas questões como que tempo vai fazer hoje ou quais as principais notícias do dia, como se de uma normal procura na Internet se tratasse. Uma das funcionalidades mais interessantes é a de tocarem músicas a pedido. Caso estejam integradas com outros eletrodomésticos permitem controlar o funcionamento dos mesmos. Todas estas interações são feitas por voz com um dispositivo que está em nossa casa, não sendo necessário digitar texto, no computador, tablet, telemóvel, etc. Comportam-se como verdadeiros assistentes digitais ajudando os diferentes membros da família no dia a dia.
Se, para o grande público, os altifalantes inteligentes marcam a entrada da Inteligência Artificial e dos assistentes digitais na sua vida, para o mundo empresarial, os Bots marcam a entrada da Inteligência Artificial e das assistentes digitais pessoais, nas vidas dos gestores.
Um Bot (designação abreviada de Robot) é um programa que corre na Internet de forma autónoma, a pedido de um utilizador ou de outro programa, podendo também ser utilizado para simular a atividade humana. Os Bots de texto designam-se por Chatbots e ganharam em 2016 um novo impulso prevendo-se que o ano de 2017 seja o ano da sua generalização – “O ano do Bot”[1]. Já se começa a perceber que o futuro das interações dos utilizadores com os sistemas de informação existentes será através de Bots, sejam elas por voz ou por texto. A título de exemplo temos a pesquisa de bilhetes de avião. A pesquisa será feita de forma muito mais simples através de uma mensagem de texto “Preciso de um bilhete para Pequim. Dá-me o melhor preço.”, do que através de extensas procuras nas mais diversas plataformas de pesquisas de bilhetes na Internet.
Uma das mais recentes propostas do mundo dos Bots é a Amy Ingram da empresa X.ai, uma assistente digital pessoal baseada em Inteligência Artificial, que se propõe gerir todas as suas reuniões.
A Amy interage através do e-mail utilizando a linguagem natural como se dum humano se tratasse. Por exemplo, para que ela possa agendar uma reunião com um cliente ou fornecedor basta adicioná-la em cc no e-mail enviado ao cliente ou fornecedor e ela tratará de viabilizar a reunião, com base na sua agenda, para os próximos dias. A Amy deverá ter acesso à sua agenda (ex.: calendário do google) para poder agendar reuniões. Para ver exemplos de utilização deverá aceder a https://x.ai/how-it-works/.
A Amy tem uma versão gratuita para uso pessoal, com o limite de 5 reuniões por mês, e uma profissional, sem limite de reuniões e com um custo de 39 dólares. Nesta fase ainda só está disponível em inglês.
Para se ter uma ideia do que se espera deste mercado a “TMA Associates” prevê que em 2020 a despesa com assistentes digitais especializadas e Bots chegue aos 623 mil milhões de dólares.
[1] Ano do Bot e não ano do Chatbot, pois a designação Bot foi generalizada com a utilização dos Chatbots.