Com as férias à porta, seja no campo ou na praia, há sempre mais tempo para por a leitura em dia.

Já escolheu o seu livro?

Aqui ficam algumas sugestões de “quem escreve no ponto”, escolha a temática que mais lhe agradar e… boas leituras!

 

Sugestão 1, por Gabriel Silva

“Prémio de Execução” de Robert S. Kaplan e David P. Norton

Este é um livro clássico editado em 2008 em que os autores ligam a estratégia às operações para sustentar desempenhos de excelência.

O modelo desenvolvido pelos autores surgiu da prática de consultoria da empresa de Kaplan e Norton (The Palladium Group), assentou em sólidos fundamentos teóricos e liga de forma inovadora estas duas dimensões da gestão, que antes funcionavam isoladamente.

Para terem desempenhos de excelência estas duas dimensões devem estar integradas e devem estar presentes nas práticas de gestão. Mais, a gestão deve alocar tempo necessário a cada uma delas para garantir o presente com resultados excelentes (gestão das operações) e assegurar que no futuro (gestão da estratégia, através do departamento de gestão da estratégia) a empresa mantém desempenho de excelência.

Os autores apresentam um processo em seis etapas para garantir uma execução de excelência e resultados acima da média:

  1. Desenvolver a estratégia
  2. Planear a estratégia, detalhando e decompondo a estratégia em objetivos, indicadores e iniciativas a implementar.
  3. Alinhar os departamentos e os colaboradores com a estratégia, usando o mapa da estratégia, que se pode desdobrar.
  4. Planear as operações, tendo em conta os objetivos, indicadores e ações a implementar.
  5. Monitorizar e aprender, quais são as barreias e desafios à concretização dos objetivos
  6. Testar e adaptar a estratégia em função das evidências recolhidas na fase anterior, tornando este processo dinâmico e que responde às mudanças e ajusta a estratégia e a empresa na resposta aos novos desafios.

 

Sugestão 2, por Tiago Coelho

“1984” de George Orwell

1984 é um livro escrito por George Orwell publicado em 1949, que retrata a sociedade em 1984, demonstrando as consequências de uma sociedade oprimida por um regime totalitário imposto pelo líder Big Brother, no qual o controlo é imposto através de opressão, manipulação de informação e vigilância permanente.

“The Big Brother is watching you”

Este foi também o livro que levou à criação do reality show Big Brother, em que existe um conjunto de pessoas a ser vigiado por câmaras, assim como ocorria no livro de 1984.

Apesar de ser um livro escrito em 1949 a retratar uma sociedade de 1984, nunca foi um livro tão atual, que convida o leitor à reflexão. Algumas ideias que pareciam paranoicas neste livro, na verdade tornaram-se proféticas, como o regime imposto por Putin na Rússia, que tenta alterar a perceção do povo russo através de notícias falsas sobre a guerra, que é denominada como uma operação militar especial.

O lema do Big Brother era:

“WAR IS PEACE
FREEDOM IS SLAVERY
IGNORANCE IS STRENGTH”

Este livro demonstra a capacidade de regimes totalitários, em tornarem algo mau em algo bom para o coletivo, como guerra para garantir paz, quando é na verdade para garantir poder, limitação à liberdade para garantir controlo, e alteração da realidade para que o que é objetivamente verdade, como 2+2 = 4, se torne subjetivo, ao ponto de ser manipulável e que afinal:

“2+2 = 5”

 

Sugestão 3, por Cristina Trovão

“Sidi – El Cid, O Nascimento de Uma Lenda” de Arturo Pérez-Reverte

Neste romance Arturo Pérez-Reverte leva-nos numa viagem pela história da construção de Espanha pela mão de uma das suas lendas: El Cid. Pérez-Reverte fala-nos das diferenças culturais entre cristãos e muçulmanos e da importância do respeito por cada uma das tradições numa época em que a guerra pelo poder era uma constante.

Mas a realidade é que este é também um livro sobre a natureza humana e um manual de liderança. Através das atitudes e reflexões de Sidi (El Cid) compreendemos os princípios da liderança e percebemos como as atitudes de um homem justo, firme e fiel aos seus valores o tornam num líder respeitado pelos seus cada vez mais seguidores e pelos seus inimigos. Tal como o autor diz “A arte do comado era lidar com a natureza humana, e ele tinha dedicado a vida a aprendê-la.”