Com base na tradição e na experiência de estabilidade, costumava aplicar-se a seguinte linha de pensamento:

Numa organização cada indivíduo participa com a sua inteligência e transporta consigo uma forma de programação mental que se designa por “cultura”.

E a economia e a vida das empresas eram previsíveis.

Hoje, o Ambiente Globalizado dos Negócios e o Ambiente de Incerteza da Economia veio transformar muita coisa.

As empresas, além de (1) Cortar custos em tudo o que for possível, (2) Inovar em tudo o que for possível, têm ainda de ser capazes de (3) Expandir o Negócio para Novos Mercados.

Uma boa notícia! Portugal tem um PIB que vale 0.3% do total do PIB mundial. Significa que, hoje, por cada mil euros criados no mundo, Portugal produziu apenas 3. Quem diz, portanto, que não há um mundo de oportunidades para as empresas portuguesas lá fora?

Mas, cautela! Não há internacionalização sem mudança de mentalidades e sem uma estratégia.

Comecemos pelo autodiagnóstico das capacidades internas para a internacionalização.

Autodiagnóstico resumido: Existe, cumulativamente, tempo + paciência + dinheiro + tempo + paciência + (…)?

Autodiagnóstico de facto:

  1. Tem Tempo? Como pessoa e como empresário tem geralmente bastante Tempo Disponível, de ócio, está livre durante o seu dia-a-dia? Em segundo lugar, a sua empresa tem tempo para esperar pelos resultados?
  2. Tem Motivação? É mesmo o que quer, está disposto a deixar recorrentemente a sua zona de conforto, família, amigos, farras, ausência, etc.?
  3. Tem produto? Existe em algum mercado externo necessidade dos seus produtos ou dos seus serviços, tal como eles são atualmente?
  4. Tem equipa e estrutura? No seu organograma já foi criada uma estrutura com autonomia, departamento, divisão ou o que seja dedicado à internacionalização? Na sua equipa já foi alguém destacado ou nomeado a tempo inteiro para conduzir os processos inerentes à internacionalização?
  5. Tem dinheiro? Regra de ouro! Vai gastar sempre mais dinheiro do que o máximo que tinha orçamentado inicialmente. Segunda regra! Em qualquer parte ficará sempre muito mal a fazer figura de pelintra.
  6. Conhece o mercado para onde quer avançar? Conhece os hábitos e os costumes, tem avaliação do potencial de mercado, conhece as formas de se tornar conhecido e sabe qual o preço a que conseguirá vender os seus produtos? Já sabe como conduzir uma negociação com interlocutores de cultura diferente da sua?
  7. Tem conhecimento jurídico e da legislação? Tem apoio de advogado no país de destino?
  8. Conhece os riscos? Financeiros, cambiais, políticos, proteção de pessoas e bens?
  9. Tem parceiros? Ilídio Pinho (Colep) em devido tempo afirmou “é preferível ter 10% de cem do que 100% de zero”. Marketing nacional: a Empresa. Marketing Internacional: A Empresa e os seus Aliados.
  10. Tem uma estratégia e um modelo? Quais são os objetivos traçados e o que é que vai ser feito para que haja uma probabilidade significativa de os resultados serem alcançados? Qual foi o orçamento que definiu para as ações de prospeção e ação nos seus mercados alvo? Qual é o calendário de feiras em que vai participar e quem vai estar, fisicamente, no terreno? Lembre-se: todos os mercados são bons, para quem lá estiver!

Parágrafo único: Se daqui a 6 meses conseguir responder positivamente a estas 10 questões, então considere-se habilitado a tomar pela frente o desafio de internacionalizar.