No fim do ano começamos normalmente por fazer uma análise dos resultados alcançados, avalia-se se a estratégia que foi definida necessita de ser ajustada e começa-se a preparar o novo ano.
Começa-se por efetuar uma análise do contexto em que a empresa atua e dos recursos e capacidades que a empresa possui ou pode vir apossuir. O ajustamento entre o que se exige no exterior e as capacidades de cada empresa determina o seu desempenho.
Quando se avalia o ambiente externo procuram-se analisar duas dimensões: o ambiente geral e o ambiente transacional. O segundo é específico de cada indústria como por exemplo, nos moldes, nos plásticos, no automóvel, nos serviços, etc. O ambiente geral influencia todas as empresas e indústrias que estão numa dada área geográfica ou país. Aqui importa perceber quais são os grandes fatores que podem induzir mudanças no ambiente competitivo de cada indústria e de cada empresa.
Para avaliar esta dimensão utiliza-se o modelo PESTAL que analisa os fatores Políticos, Económicos, Sociais, Tecnológicos, Ambientais e Legais. Nesta breve reflexão, e tendo em conta os fatores que considero relevantes, vou deixar de fora os fatores Legais.
No âmbito Político quero destacar os seguintes factos: a entrada em funções do novo governo, o terrorismo e escalada de conflitos, que vamos avaliar em seguida.
A posse do novo governo e o apoio parlamentar dos partidos de esquerda que o sustentam parece ser uma solução que suscita preocupações quanto à estabilidade, podendo ter impacto negativo nas expectativas dos empresários. No entanto, a diminuição prevista da carga fiscal pode ter impacto positivo no aumento do consumo e na taxa de crescimento da economia.
A escalada de terrorismo que alastra na Europa, Estados Unidos e Médio Oriente cria um clima de insegurança nos países e dificulta a realização de negócios internacionais.
Finalmente os conflitos na Ucrânia, no Norte de África e no Médio Oriente dificultam os negócios com a Rússia e com países do Magreb com quem as empresas portuguesas faziam negócios regularmente.
Do ponto de vista Económico interessa destacar a intervenção do BCE no estímulo à economia da zona euro e a subida das taxas de juro pelo FED nos Estados Unidos.
A continuação da intervenção do BCE vai permitir injetar fundos na economia e a manutenção de taxas de juro baixas vai permitir às nossas empresas terem acesso a financiamentos para fazerem face os seus investimento e para fundo de maneio, em boas condições.
Por outro lado, o aumento das taxas de juro nos Estados Unidos anunciado pelo banco central dos Estados Unidos (FED) vai atrair capitais aos Estados Unidos, podendo valorizar o dólar contra o euro. Desta forma melhora a competitividade das empresas portuguesas nos mercados dos Estados Unidos e da América Latina, sobretudo no México, Chile e Colômbia, onde se esperam boas oportunidades de crescimento do volume de negócios.
No âmbito Social, parece que o aumento da natalidade em Portugal nos dois últimos anos permitirá inverter a tendência de envelhecimento da população no nosso país.
No contexto tecnológico destacam-se o investimento em Ciência e Tecnologia e os apoios à Investigação & Desenvolvimento e à Inovação, previstos no Portugal 2020 e essencialmente direcionados para as PME. Estes vão estimular a competitividade das nossas empresas e a sustentabilidade da internacionalização da economia portuguesa. As nossas empresas devem aproveitar estes fundos para se tornarem mais competitivas e aumentarem a sua dimensão, condição indispensável para garantir o sucesso em mercados cada vez mais globais.
Finalmente, nos fatores Ambientais, espera-se que o preço do Petróleo continue a rodar os 50 dólares no próximo ano. Combustíveis com preços baixos são bons para o nosso país e permitem reduzir os custos de transporte para a Europa, principal destino dos nossos produtos, aumentando a competitividade das nossas empresas. É de referir ainda neste ponto o escândalo com as emissões dos motores da Volkswagen líder mundial da indústria automóvel. Este evento, além de afetar a economia alemã, terá impacto na Autoeuropa influenciando a indústria nacional de componentes e a indústria nacional de moldes, grande fornecedor do grupo Volkswagen.
Esta reflexão sobre os fatores acima referidos deve ser adaptada à situação concreta de cada empresa, podendo e devendo introduzir-se outros fatores com impacto na sua competitividade.
Empresas atentas exploram as oportunidades para Potenciar Estratégias de Sucesso com Tecnologia e Atitudes de Liderança (PESTAL) que geram resultados.
Esteja atento!