Será que a estratégia é importante para as pequenas e médias empresas? Ou é coisa para as grandes empresas?
A portaria nº 57-A/2015 de 27 de Fevereiro, que regulamenta os sistemas de incentivos às empresas Portugal 2020, dispõe que o projeto deve “ser sustentado por uma análise estratégica da empresa que identifique as áreas de competitividade críticas para o negócio em que se insere, diagnostique a situação da empresa nestas áreas críticas e fundamente as opções de investimento consideradas na candidatura” ( artigo 26º – Inovação empresarial e empreendedorismo e artigo 45º – Qualificação e internacionalização das PME).
Para este efeito nos formulários de candidatura (inovação produtiva) pedem-se os seguintes elementos: evolução da empresa, visão, missão e objetivos estratégicos que permitam responder à questão – para onde queremos ir? Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis, atingíveis, orientados para resultados e datados.
Depois da análise interna (em que se identifica a situação da empresa nas áreas de competitividade críticas, o posicionamento atual e futuro na cadeia de valor e os principais pontos fortes e fracos em relação à concorrência) efetua-se uma análise SWOT dinâmica, a que se segue a análise externa (análise da concorrência e do mercado) suportadas por uma reflexão sobre a natureza das vantagens competitivas e da direção de crescimento no mercado.
Em seguida faz-se uma análise às demonstrações financeiras históricas, preparam-se as previsionais e descreve-se o projeto objeto da candidatura. Finalmente, para a avaliação do projeto, um dos critérios é a sua coerência e racionalidade. Neste ponto destacamos, entre outros, os seguintes subcritérios:
- a ligação entre o plano de investimento proposto e a análise estratégica;
- a associação entre o plano de investimentos com a natureza das vantagens competitivas e dos fatores críticos de sucesso;
- a coerência do plano de investimentos proposto face aos objetivos de médio longo prazo.
Então, a lógica da apreciação destes projetos de investimentos é a sua coerência com a estratégia da empresa, sendo o investimento em causa uma ação concreta para a concretizar.
Então o que é a estratégia?
De acordo com Barney e Hersterly (2010) “é a teoria pela qual uma empresa espera ganhar vantagem competitiva”.
E qual é o processo de gestão e desenvolvimento da estratégia?
Conclusão: as PME que se queiram candidatar ao Portugal 2020 devem efetuar uma análise estratégica para sustentar a sua candidatura. A estratégia parece ter entrado definitivamente nas PME.