“O bom preguiçoso faz bem à primeira para não ter que repetir.”
Embora possa parecer chocante, considero que uma das minhas maiores qualidades é ser preguiçoso. E tenho muito orgulho nisso.
No entanto, a maioria das pessoas vê a preguiça como algo negativo. Até o dicionário, que diz que preguiça é:
1. tendência de uma pessoa para evitar ou recusar o esforço;
2. indolência;
3. inacção, moleza, lentidão;
4. mandriice, vadiagem.
Olhando para a preguiça nessa perspetiva, podemos facilmente perceber que traz como consequências atrasos e erros no trabalho, que terão como resultado insatisfação dos clientes ou dos chefes e, consequentemente, necessidade de repetição do trabalho (para que fique bem desta vez!).
Perguntarão: como é que eu consigo ver aqui uma qualidade? Não consigo. O que eu vejo no parágrafo anterior é uma conceção errada de preguiça. A minha conceção de preguiça é ligeiramente diferente. Para mim, preguiça é:
1. tendência de uma pessoa para evitar ou recusar o esforço desnecessário;
2. em vez de indolência, eficácia;
3. em vez de inacção, moleza, lentidão…, rapidez na execução das tarefas;
4. libertação de tempo para mandrice, vadiagem.
Ou seja, um bom preguiçoso não é aquele que não quer fazer. Um bom preguiçoso é aquele que só quer fazer o que vale a pena ser feito.
O bom preguiçoso não é aquele que faz devagar ou mal. O bom preguiçoso é aquele que faz depressa e bem, para mais rapidamente se libertar do trabalho. O bom preguiçoso é aquele que compreende que quanto mais tempo estiver indolente, inactivo, molenga e lento, mais tempo demorará no seu trabalho e menos tempo terá depois para o lazer.
Resumindo, o bom preguiçoso não é aquele que, podendo fazer uma tarefa em 10 minutos, demora uma hora. Esse suposto preguiçoso apenas “ganhou” mais 50 minutos de trabalho. E, se tiver sido indolente e tiver feito o trabalho de forma inadequada, “ganhará” ainda mais tempo a trabalhar para o corrigir.
O bom preguiçoso é aquele que faz a tarefa nos primeiros 10 minutos, libertando assim os restantes 50 para outras actividades mais aprazíveis.
E vocês, como preferem aplicar os restantes 50 minutos?
Excelente artigo! Finalmente alguém que partilha do meu conceito de preguiça 🙂
Um bom preguiçoso é aquele que alia as suas capacidades às suas necessidades para que consiga atingir o máximo de rendimento e satisfação pessoal.